quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Patos e Soratos


Procura-se jogador bom de bola, na faixa etária dos 25 anos, identificado com o clube que o formou. Procuram-se jogadores de ponta para a disputa dos Estaduais... É bom procurar bastante, porque praticamente não há. Os jogadores que atuam no Brasil, ou são jovens promessas, ou são veteranos em final de carreira. Nossos jogadores que estão “a ponto de bala” já estão no exterior.

Diariamente vemos jogadores que se destacam indo embora. Em contrapartida, voltam para o Brasil os jogadores que não se adaptaram ou não foram bem no Velho Continente. Os que conseguem fazer carreira lá fora voltam velhos e “bichados”. Não conseguem nem correr atrás da molecada (que se “mata”, não para conseguir títulos, e sim uma transferência).

O único jogador que preferiu brilhar aqui a brilhar lá fora, preferiu as praias do Rio ao luxo europeu, foi Romário. Saiu do Barcelona em plena forma para brilhar nos gramados cariocas em 1995. Os outros craques, quando voltam, já passaram dos trinta anos e, por mais que ainda joguem bem, não agüentam o ritmo do futebol canarinho.

O pior é que estes craques “europeus” querem encerrar a carreira no Brasil. Aí os clubes pagam uma fortuna para terem os craques em final de carreira, jogando 30% do que jogavam anteriormente.

Às vezes, eles simplesmente não encerram a carreira. Romário, Djair, Sorato, Fernando, Junior Baiano, Túlio... Estão velhos, mas como o futebol brasileiro está nivelado por baixo (os bons estão na Europa), ainda conseguem jogar. Time pequeno brasileiro é assim: tem jogador de categoria de base louco para ir embora, jogador que não deu certo em lugar algum e veterano em final de carreira. Nos times grandes a situação não é muito diferente...

Enquanto a lógica do futebol for essa, revelar para vender, nossos gramados serão assim: repleto de Patos e Soratos, mas sem Kakás, Robinhos e Ronaldinhos.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Ronaldo, ainda um fenômeno???

Posso dizer com toda a certeza, que Ronaldo “Fenômeno” depois de Romário foi o melhor atacante que vi jogar. Tudo bem que nessas últimas décadas pudemos ver jogadores como Van Basten, Batistuta, Klinsmann, Careca, e, atualmente Samuel Eto’o e Thierry Henry que também são grandes jogadores. Mas como Ronaldo não há. Seus dribles, suas arrancadas, seus gols, tudo isso para mim sempre foi igual as mais belas poesias.

Desde que surgiu como revelação no Cruzeiro, o “Fenômeno” sempre demonstrou ser um jogador diferenciado. Quem não se lembra daquele gol excêntrico que fez contra o Bahia no Mineirão, quando o goleiro Rodolfo Rodrigues soltou a bola no chão para se lamentar e estava lá ele para deixar sua marca. Ou então, aquele golaço pelo Barcelona arrancando do meio-campo e se esquivando dos pontapés dos adversários para marcar? Cito esses dois porque foram diferentes.

No ano de 1998, Ronaldo era o maior nome do futebol. Foi nessa época, na Internazionale, que ganhou o apelido que lhe cabe muito bem. Passou também pelo PSV da Holanda e Barcelona. Fez história nas duas equipes. Na seleção, junto com Romário, formou uma dupla dos sonhos, daquelas de dar inveja a qualquer seleção da história. Infelizmente o “Baixinho” se machucou momentos antes da Copa de 98, e assim Ronaldo levou todo o peso da equipe em suas costas. Mesmo numa seleção campeã do mundo com Taffarel, Dunga e Bebeto, ele era a maior esperança do Brasil.

Momentos antes da final, o “Fenômeno” acabou tendo uma convulsão na concentração, não sabemos até hoje o motivo, mas acredito que não tenha suportado tanta pressão. Mesmo assim, foi para campo e as melhores chances saíram dos seus pés. Mas não era o dia do Brasil e de Ronaldo... Um choque com o goleiro Barthez ainda nos deixou assustado. Para quem um dia antes tinha sofrido uma convulsão, até que ele agüentou bem.

Já na Copa seguinte, após duas operações no joelho, o “Fenômeno” deu a volta por cima, consagrando-se campeão com 8 gols. Dois deles, na grande final. Foi um retorno épico. Mas após 2002, as coisas ruins voltaram a atormentar Ronaldo e ele teve altos e baixos no Real Madrid. Mesmo consagrado, não conseguiu render tudo aquilo que poderia. Numa equipe cheia de estrelas como Zidane, Figo, Raul, Beckham e Roberto Carlos, ele quase não consegui emplacar títulos.

Em sua quarta Copa, em 2006, tornou-se o maior artilheiro em Copas, com 15 gols mesmo estando acima do peso. No Real Madrid, depois da Copa, teve problemas com o técnico italiano Fabio Capello e, depois de muito desentendimento e poucas chances de jogar, decidiu enfim decidiu mudar de cidade. Neste começo de 2007, sua recisão foi definitiva. Agora o rumo do craque brasileiro será a Itália de novo, mas dessa vez no Milan.

O artilheiro vai jogar no maior rival da Internazionale, onde foi ídolo. Vamos ver se agora ele vai querer realmente entrar em forma e mostrar tudo o que sabe. Com 30 anos, tem potencial para isso, porque de cada duas, três chances que aparecem na sua frente, um pelo menos ele faz. Só não sabemos se continuará sendo aquele “Fenômeno” de quatro anos atrás, mas que é um jogador diferenciado, ele ainda é!

De nada adianta...


De que adianta um exército de soldados sem um comandante?

O que é uma orquestra sem um maestro?

E uma sala de aula sem um professor?

E uma escola de samba sem um mestre de bateria?

Para que ter um carro sem saber dirigir?

De que adianta ter muitos livros se não sabe ler?

Como ensaiar uma peça de teatro sem um diretor?

De que adianta o Fluminense contratar um time inteiro e manter o PC Gusmão como técnico?

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Caramba, mó tarde! Você não acha?

A polêmica dos jogos após às 21h também é pauta entre os torcedores!!!

Cláudio: - E aí Diego, você vai quarta-feira no Palestra?

Diego: - Nem vou! Mó tarde. Não tem condições de voltar pra casa depois. Você vai no Pacaembu?

Cláudio: - Até parece... Eu moro na ZL e tenho que pegar metro e busão. Puta treta.

Diego: - Eu to ligado. Esse horário das 21h45 ferra com a maioria dos torcedores. Daí o estádio fica vazio e muitos preferem ficar em casa dando audiência pra Globo.

Cláudio: - Mas não tinham criado uma lei que não poderia “rolar” jogo depois das 9 da noite?

Diego: - Tinham sim, mas o prefeito Kassab vetou o projeto do vereador Tião Farias. Certeza que ele ficou com medo de bater de frente com a Globo.

Cláudio: - Pô, mas o cara é político e não pode fazer isso. Mancada com os vereadores que aprovaram o projeto. Isso iria melhor muito.

Diego: - Muito mesmo. A gente ia se livrar do Big Brother, da novela e também dormir mais cedo hahahahaha!

Cláudio: - Isso é unir o útil ao agradável.

Diego: - Temos que torcer pra ter este esquema de jogos antes das 21 horas no Brasileirão!

Cláudio: - Nossa... lógico. Seria irado! E aí, vai ou não vai no jogo?

Diego: - Não. Vou ficar assistindo no conforto do meu lar hehehehe É isso que a dona do futebol na TV quer hahahaha.

Cláudio: - É o que nos resta... Você não acha???

sábado, 27 de janeiro de 2007

O fim da era Galáctica

Terminou a era Galáctica no Real Madrid. Depois de muito dinheiro investido e poucos títulos conquistados, a última das estrelas, Ronaldo, acertou a sua transferência para o Milan pela bagatela de US$ 7,3 milhões (pouco perto dos 44, 3 milhões investidos em sua compra).

Os galácticos foram, de fato, galácticos até 2003, ano do último título conquistado pela equipe merengue. A partir daí, com a chegada do meio-campista inglês David Beckham, a equipe não ganhou mais nada e ainda viu a ascensão do arqui-rival Barcelona. O super-astro inglês não jogou um bom futebol, mas encheu os cofres do clube: foi na era galáctica que o Real Madrid se tornou o clube mais rico do mundo. As vendas de camisetas pagavam as transações milionárias...

Mas como os resultados não vinham, começou a reformulação. Primeiro foi Figo, que se transferiu para a Inter de Milão (e agora vai para o Al Ittihad). Depois, Zidane encerrou a carreira. David Beckham também deu adeus recentemente e agora só restara Ronaldo. E ele se foi também. Foi-se soltando cobras e lagartos, dizendo que o Real era um inferno e que Capello era o próprio capeta em pessoa.

E como este clube “infernal” irá superar o futebol dos deuses praticado pelo Barça? Vai ser preciso muita magia. Talvez Robinho possa ajudar um pouco com seus encantos...

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

O futebol na era da globalização

Os brasileiros nascem, crescem e morrem torcendo por um time de futebol. Os paulistas torcem para Santos, Corinthians, Palmeiras ou São Paulo; os cariocas, para Flamengo, Fluminense, Vasco ou Botafogo; os gaúchos para Inter ou Grêmio... Todo brasileiro já nasce no meio do futebol. O tio vai dar uma camiseta do Corinthians e a mãe, palmeirense, não vai gostar. Mas o avô é são-paulino e o pai é santista. E aí? A primeira decisão importante na vida de um brasileiro é a escolha do time do coração. Muitas vezes há uma influência, outras vezes a criança vira a casaca e ignora o time do coração do pai. A paixão começa a aflorar e mais um torcedor fanático está formado.

Esta paixão que arranca lágrimas de alegria e dor, que traz felicidade e tristeza, que gera comoção e êxtase, decepção e sofrimento, remonta ao começo do século. Nossos ancestrais já vibravam e choravam por causa do nobre esporte bretão.

Privilegiados, nossos pais e avós viram um esporte que ainda não era um negócio. Viram atletas jogarem por amor. Viram jogadores comerem a bola por décadas a fio no mesmo time. O salário não era dos melhores, mas mesmo assim rejeitavam-se propostas de clubes europeus. Preferiam ver um estádio lotado (muito comum naquela época) vibrando com o time do coração.

Os jogadores se identificavam com o clube e lá ficavam. Gostavam de ganhar muitos títulos por um mesmo clube, gostavam de serem idolatrados pela torcida. Pelé jogou quase duas décadas no Santos, Ademir da Guia fez sua carreira no Palmeiras e Rivellino, apesar de não ter ganhado títulos, foi o grande ídolo do Corinthians por muitos e muitos anos. O futebol era amador, no sentido literal da palavra.

Chegaram os anos 90. Os salários foram ficando cada vez maiores e os jogadores já não ficavam tanto tempo no mesmo clube. Agora, os europeus já não poupavam mais dinheiro e nossos melhores atletas foram ganhar muito, mas muito dinheiro no Velho Continente. O futebol se tornou um negócio extremamente lucrativo para personagens nefastos que não existiam antes: os empresários.

As transações milionárias se tornaram muito freqüentes. Se por um lado, isso fez com que nossos melhores atletas fossem para o exterior, abriu espaço para uma renovação sem precedentes no futebol brasileiro. A cada ano surgem craques que depois de uma ou duas temporadas (justamente quando o futebol está amadurecendo) vão embora.

A renda dos clubes vem, principalmente, destas transações. Outra fonte importante é o dinheiro que vem das TV, mais importante que a renda de bilheteria. Talvez por isso os estádios vivam às moscas e a renda da bilheteria seja irrisória.

O abismo entre o futebol sul-americano e europeu é incrível. Os brasileiros e argentinos são os melhores e vão brilhar na Europa. As ligas de lá são repletas de craques, mas esta realidade faz com que surjam poucas revelações européias. Por exemplo: como é que uma jovem revelação do Real Madrid irá cavar seu espaço num time com tantas estrelas internacionais?

O negócio da bola é diferente por lá. Os europeus não precisam vender craques para sustentar o clube. Ao contrário, eles compram craques com dinheiro que vem de bilheteria e venda de produtos licenciados. É o capitalismo do futebol: os subdesenvolvidos são privados de ver seus craques em campo.

As conseqüências desta nova ordem do futebol podem ser vistas nas ruas. Hoje, as crianças vestem camisetas do Real Madrid, Barcelona e Milan. Se continuar deste jeito, daqui a pouco elas já nascem torcendo para um time estrangeiro.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Os quatro “grandes” começam com tudo o Paulista 2007


Após duas rodadas, as principais equipes paulistas começaram suas campanhas com 100% de aproveitamento. Em sua estréia no estádio do Pacaembu, o Corinthians venceu a Ponte Preta por 3 a 1 em grande apresentação de Roger. Muito criticado no ano passado, o meia rendeu aquilo que esperam os torcedores e assim fez a diferença em campo. Outro que foi bastante acionado foi Rosinei. Improvisado na lateral direita, o jogador foi muito bem, tanto que no final foi coroado com um belo gol.

Já na segunda rodada o Timão goleou o São Bento em Sorocaba por 4 a 2. O destaque da equipe foi o atacante Jaílson, que marcou 2 gols e assegurou mais 3 pontos para a equipe de Parque São Jorge.

A equipe do Morumbi também não fez por menos, e conseguiu seis pontos em duas rodadas, após vencer o Sertãozinho por 3 a 1 fora de casa e o Ituano por 1 a 0 dentro de seus domínios. Na primeira partida o destaque ficou por conta de Aloísio. O bom atacante tricolor marcou dois gols e ajudou a garantir a vitória do São Paulo, mas além dele, Hugo e Rogério Ceni foram importantes para o resultado.

Já contra o Ituano, a equipe do Morumbi teve mais dificuldades e venceu com um belo gol de Júnior. A sensação que ficou para o técnico Muricy é de que a equipe pode render muito mais e que precisa se encontrar taticamente em campo.

De todos os grandes, o Santos foi o que teve mais dificuldades em sua estréia. Após estar empatando até os últimos minutos com o estreante Barueri no Parque Antártica, a equipe de Luxemburgo venceu por 2 a 1 com um gol de cabeça do zagueiro veterano Antônio Carlos. Após disputar o Brasileiro pelo Juventude, o jogador chegou com desconfiança pela sua idade, mas mostrou que ainda pode ser útil para a equipe do litoral, garantindo três pontos importantes.

Em sua segunda partida disputada na Vila Belmiro, o Peixe ganhou do São Caetano por 3 a 0. Soberano no jogo e envolvente no ataque, o Santos não deu chances para o Azulão conseguindo uma bela vitória.

Dos quatro chamados “grandes”, o Palmeiras foi o único a estrear técnico novo. Após vencer o Paulista por 4 a 2 no Palestra Itália, Caio Júnior que veio do Paraná para tirar a equipe de uma incômoda fila de oito anos sem títulos, começou o trabalho com o pé direito. O destaque foi o garoto William que não só marcou dois gols, mas mostrou que está totalmente recuperado de um problema no coração, que quase o afastou dos gramados.

Em sua segunda partida, o Palmeiras venceu o Rio Branco por 2 a 1 fora de casa. Com um campo cheio de poças por causa da forte chuva, o jogo teve um nível técnico abaixo do esperado, mesmo assim, o time de Caio Junior confirmou o favoritismo vencendo. O chileno Valdivia marcou seu primeiro com a camisa do Palestra.

Paulistão Fashion Referee

As passarelas do estado de São Paulo estão abertas para os árbitros do Campeonato!! O evento Paulistão Fashion Referee, orgulhosamente apresenta... as novas tendências da arbitragem paulista! Cores vivas, radiocomunicação, além de um luxuoso cinto com compartimentos especiais para água e spray.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) sempre buscou inovar em seus diversos campeonatos. Já vimos dois juizes em campo, critério de desempate em números de cartões, tempo técnico, disputa de pênaltis após empate no tempo normal, entre outras regras mirabolantes. Mas dessa vez, a Federação passou um pouco dos limites.

O Paulistão Fashion Referee, o qual me refiro, é o novo estilo que os árbitros do torneio adotaram. O traje preto ficou um pouco esquecido e cedeu espaço para o amarelo, azul e agora o rosa. Quem escolhe a cor do uniforme que será usado, o árbitro ou a federação? Eu não sei. Mas uma coisa eu posso garantir, o Godoy não gostaria nenhum pouco de vestir a roupa rosinha.

Além da nova cor chamativa dos uniformes, os juizes usam um cinto repleto de apetrechos. O spray, que já é um velho conhecido de todos nós, ganhou a companhia de uma garrafinha d'água e o rádio digital que serve para comunicação interna entre os árbitros e os assistentes.

Tudo isso, nós veremos no decorrer do Paulistão 2007. E os torcedores não querem só ver beleza e tecnologia, eles também esperam uma atuação correta e exemplar dos homens que comandam o apito dentro do gramado.

Então, se a moda Paulistão Fashion Referee for um sucesso no estado paulista, podemos aguardar o Brasileirão Fashion Referee!!!

sábado, 20 de janeiro de 2007

Os poetas da bola


O futebol é mais do que um simples jogo. Não é um apenas um esporte como tantos outros. É mais que isso... É arte, é cultura. É poesia que se escreve com uma bola nos pés. É harmonia em forma de ginga. É êxtase em forma de gol!

Assistir a uma bela jogada de futebol é como ouvir uma boa música ou admirar toda a beleza de uma obra de arte. É como saborear um cálice do mais saboroso vinho. Um drible, um lançamento, um passe de três dedos, uma bela defesa... Tudo isso é colírio para os olhos dos boleiros.

Um golaço é repetido dezenas de vezes na televisão (e milhares de vezes na internet). É eternizado. O golaço de Pelé na final da Copa de 58 é tão clássico como um quadro do Picasso. É tão clássico como “Os Lusíadas” de Camões.

Entretanto, alguns jogadores deixam isso de lado para jogarem um futebol pragmático. Produzem “prosas” ao invés de “poesias”. São jogadores que crescem presos aos esquemas táticos, jogadores que não desenvolveram a “veia poética”. Nunca vão emocionar. Nunca vão chegar à categoria de “poetas da bola”.

E já que os gênios do passado não podem mais nos emocionar (a não ser nos videoteipes), vamos vangloriar os craques do presente. Viva os “poetas” Ronaldinho Gaúcho, Alex, Robinho, Kaká, Alexandre Pato, Anderson, Nilmar e outros que tanto nos encantam.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Samba Rubro-Negro



O Gorducha no Barbante nasceu como um programa de rádio. Uma das propostas do programa era tocar sempre uma música (invariavelmente um samba, por se identificar mais com o futebol do que qualquer outro gênero) sobre futebol.

Assim como no programa de rádio, o time homenageado é o Flamengo. João Nogueira canta o "Samba Rubro-Negro" de Wilson Batista e Jorge Castro.

A dona do jogo

Passa ano e entra ano e os jogos de quarta-feira à noite continuam a começar no absurdo horário das 21 horas e 40 minutos. A explicação é simples: o futebol brasileiro, assim como nosso carnaval, nada mais é do que um produto da Globo. São eles quem decidem tudo. Então eles marcam o jogo para depois da novela. Não importa se o jogo vai terminar meia-noite... Não importa o torcedor de estádio... Só importa o telespectador.

Este ano uma lei proibindo jogos depois das 21 horas foi criada. Mas o covarde prefeito Kassab não quis enfrentar a Globo e a vetou. Acabou prejudicando todos os paulistanos que vão ao estádio.

Na verdade, o que a emissora carioca mais quer é isso. Que as pessoas deixem de ir para o estádio e fiquem na frente da telinha, dando audiência. A Globo é a dona do negócio e os clubes são reféns de seu capital. Mesmo quando oferece menos dinheiro do que a concorrência para ter os direitos dos campeonatos, ela acaba levando. Isso por que os clubes já têm o rabo preso e não podem viver sem o dinheiro (que muitas vezes já vem adiantado) global.

O futebol é algo que é do povo. É jogado pelo povo, é jogado para o povo... Não é um produto. Não é algo que pode ser transformado em negócio. Mas a Globo não pensa assim. Para eles, tudo que tem um apelo popular pode ser transformado em mercadoria e depois vendido. Afinal, no mundo capitalista, todos nós somos consumidores em potencial. E o que eles mais querem é que consumamos o seu “produto”.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

O maior clássico do futebol contemporâneo

Um clássico, no futebol, é um jogo realizado entre duas tradicionais equipes. É um jogo realizado entre os chamados times “grandes”. Só o tempo torna estes times grandes e só tempo faz com que estes jogos se tornem clássicos. O Brasil, por ser um país muito grande, vê em seus gramados vários clássicos estaduais. Em São Paulo, o principal jogo é Palmeiras vs. Corinthians. E pelo país afora ainda temos Flamengo vs. Fluminense, Cruzeiro vs. Atlético-MG, Grêmio vs. Inter, Atlético-PR vs. Coritiba e Bahia vs. Vitória só para citar alguns.

E se no Brasil a rivalidade pega fogo, em outros cantos do mundo não é diferente. Basta dois grandes times se enfrentarem para que o clima comece a esquentar. Os clássicos são as grandes partidas do futebol. O momento em que a emoção futebolística aflora de maneira mais intensa.

Ultimamente, porém, um novo clássico se fez presente. Este clássico não tem fronteiras e nem idiomas. Tampouco tem torcedores. Mesmo assim, é o clássico mais emblemático dos tempos de hoje. Trata-se do confronto Nike vs. Adidas.

A Adidas dominava o mercado do futebol desde a década de 70, quando assinou acordo com a FIFA. Desde então, as bola que rolam nas Copas do Mundo são todas da Adidas. O auge da supremacia da marca alemã se deu na final da Copa de 1990: os dois finalistas e o trio de arbitragem vestiam roupas da marca alemã. Na época, não haviam concorrentes de peso. A Puma, antiga arqui-rival, estava por baixo e a Nike ainda não havia começado a investir em futebol.

Quando a marca esportiva estadunidense passou a investir no “soccer”, a situação se transformou totalmente. Logo, grandes seleções e clubes foram vestidos pela Nike. A seleção brasileira foi a cartada inicial. Uma cartada acertada, já que somos os melhores do mundo.

A Copa de 1998 foi a primeira em que houve um grande confronto entre as duas marcas. A Adidas, com a França, se deu a melhor sobre o Brasil Nike. Em 2002, o Brasil-Nike deu o troco na Alemanha-Adidas. E esse confronto começou a se espalhar pelos clássicos regionais.

No Brasil, o primeiro clube Nike foi o Flamengo. O eterno rival Fluminense já vestia a Adidas. Na Espanha, a Nike é Barcelona e a Adidas é Real Madrid. Na Itália a Nike fez uma frente dupla: patrocina a Inter de Milão e a Juventus, rivais do Milan (Adidas). Na Alemanha é o contrário: o Shalke 04 (maior torcida alemã) e o Bayer de Munique são Adidas e fazem frente à Nike do Borussia Dortmund.

E não pára por aí. Na Argentina, o maior clássico é Boca Junior vs. River Plate. Mais uma vez, Nike vs. Adidas. No Brasil, o segundo time da Nike foi o Corinthians. A empresa estadunidense apostava, assim, nos times de maior torcida. Pouco depois, a Adidas passou a patrocinar o Palmeiras e mais um clássico mundial virava um “clássico das grandes marcas”.

E isso se tornou uma constante. Qualquer clássico que se dê valor tem de ter o confronto Nike vs. Adidas. Na Inglaterra, o Manchester United e o Chelsea usavam a marca Umbro. Agora, o Manchester é Nike e o Chelsea é Adidas. Em Portugal, mais um clássico: a Adidas é o Benfica e a Nike é o Porto.

Na Holanda, o tradicional clássico PSV vs. Ajax virou também virou apenas mais um Nike vs. Adidas (nesta ordem respectiva). Na França, quem dá a bola é o campeoníssimo Lyon (Umbro), mas o maior clássico é Paris Saint-Germain vs. Olympique de Marselha. Adivinhe quem patrocina? Acertou. Nike e Adidas.

E se os clássicos interclubes estão dominados por estas duas empresas, o mesmo se pode dizer dos clássicos entre nações. Para começar, o maior clássico sul-americano (e também mundial) é Brasil-Nike vs. Argentina-Adidas. Temos também os eternos rivais Grécia (Adidas) vs. Turquia (Nike), Japão (Adidas) vs. Coréia do Sul (Adidas) e Portugal (Nike) vs. Espanha (Adidas) só para citar alguns confrontos.

Em 2006, na Alemanha, seria o desempate, em Copas, entre as duas superpotências esportivas. Mas deu zebra. Deu Puma.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

A Força do Interior?!?! (parte 2)

Em A Força do Interior?!?! (parte 1), destaquei os times “caipiras” (como os grandes gostam de chamar) que podem mandar bem no Paulistão. Espero que eu esteja certo.

No post de hoje, o foco principal vai "cair" um pouquinho. Não estou desmerecendo ninguém, mas é que irei falar de alguns times que já foram fortes no passado e só agora voltaram a sonhar com uma vaga na A1 e A2. É o caso do Comercial e Botafogo de Ribeirão Preto, da Ferroviária de Araraquara e do Araçatuba.

Essas quatro equipes realizaram grandes feitos no futebol do interior e escreveram seus nomes na história do Paulistão e dos campeonatos regionais.

O Comercial busca a tão almejada “vaguinha” na elite do futebol paulista há mais de 10 anos. O clube viveu momentos distintos em sua história. O ano de 1966 foi marcado pela conquista do campeonato do interior. Em 80 e 81, a equipe disputou a segunda divisão do Brasileiro. Depois as coisas não deram muito certo para a equipe de Ribeirão. Entre 86 e 91, o Comercial não esteve muito bem das pernas. Uma grave crise financeira atingiu o clube e, somente, com a ajuda de um empresário, o time voltou aos trilhos. Quem sabe 2007 seja o ano do Leão de Ribeirão faturar a A2.

O grande rival do Comercial é o Botafogo. E vai me dizer, quem nunca ouviu falar de um certo Come-Fogo? Putz deve ser impossível existir algum ser que não tenha ouvido falar nisso. Come-Fogo é um dos maiores derbys do estado de São Paulo. Vou deixar a rivalidade um pouco de lado e falar um pouco do Botafogo. O Fogão fez campanhas memoráveis, como os títulos da Taça dos Invictos de 1956 e o vice-campeonato de 2001. Também não posso esquecer do Dr... o famoso Dr. Sócrates, um dos maiores gênios que o Brasil já viu em campo.

A Ferroviária de Araraquara não teve um Dr. em campo, mas revelou o zagueiro Mauro Pastor. Ele atuou na AFE de 74 a 78. No ano seguinte foi contratado pelo Internacional de Porto Alegre. Nos últimos anos, a Ferrinha quase abandou seus fanáticos torcedores. O ressurgimento aconteceu no ano passado, quando a equipe se sagrou campeã da Copa Federação Paulista de Futebol e garantiu vaga na Copa do Brasil.

A última equipe que darei destaque será o Araçatuba. E por quê a Associação Esportiva Araçatuba? Porque o time tem dois acontecimentos bem diferentes em seus 34 anos. Em 94, a AEA foi campeã da série A2. Seis anos mais tarde, até ai nada de tão grave. O pior ainda estava por vir. Nos quatro últimos jogos, a equipe escalou três jogadores irregulares. Por este motivo, o Araçatuba terminou o campeonato de 2000 com a incrível pontuação de -16. É isso mesmo. Dezesseis pontos negativos e um ano de suspensão.

Já escrevi demais!!! E eu ainda nem citei outros clubes de peso, como o Bragantino (campeão de 1990), o Mogi Mirim, o Rio Branco, a Ponte Preta, o Guarani, entre outros.

Então, por hoje chega. Vou terminar assim mesmo. Já escrevi muito e talvez você nem leia essa última linha.

E vai começar o Paulistão

Começa hoje o Paulistão, o mais disputado campeonato estadual do país. São Paulo e Santos são os favoritos enquanto Corinthians e Palmeiras correm por fora. Porém, sempre surgem surpresas do interior. No ano passado foi o Noroeste que fez uma bela campanha. Neste ano, de onde virá a surpresa?

Depois de dois anos, os mata-matas estão de volta. Todos nós sabemos que campeonatos de pontos corridos são mais justos. Mas, também sabemos que as finais são o que há de mais emocionante no futebol. E como o Brasileirão já não tem final, restou para o Paulistão...

Também foi ressuscitado o título de campeão do Interior. Os times colocados da quinta à oitava colocação (exceto os times da capital e o Santos) disputarão um mini-torneio para decidir quem é o time maioral do interior.

A (triste) novidade é a ausência dos tradicionais Guarani e Portuguesa na elite do futebol paulista. Rebaixados em 2006, jogam este ano a série A2, tentando desesperadamente o acesso.

Mas se, por um lado, o campeonato não vai contar com estas tradicionais equipes, por outro, novas cidades entrarão no mapa da bola. Guarantiguetá, Rio Claro, Sertãozinho e Barueri conseguiram ascender de divisão e não vão querer simplesmente fazer papel de figurantes no campeonato. O Barueri, principalmente, promete dar muito trabalho. Eles vêm de cinco acessos e agora querem títulos na elite.

Os grandes que se cuidem...

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Brasileiros no topo do mundo - I



Santos 5 x 2 Benfica - 1962

Segunda-feira é dia...

A rivalidade que existe entre os grandes clubes de São Paulo vai começar a fervilhar novamente. O Paulistão começa nesta quarta e os torcedores não agüentavam mais o recesso da bola. A próxima segunda-feira já vai começar com novas provocações...

Os torcedores já sabem exatamente o que falar com os rivais. O Palmeiras é o atual time na fila (desde 1999 não ganha um título de expressão). Os rivais exploram isso e os palmeirenses não têm muito que responder. O time alviverde saiu desta triste situação de jejum de títulos em 1993. Seis anos de Parmalat depois, conquistou a Libertadores, a última glória.

Quando o time está na fila, não há muito que argumentar com os rivais. Sendo eu santista, senti na pele o que é isso. Passei o primário, o ginásio, o colegial e o cursinho escutando zoação alheia. Só na faculdade pude gritar “é campeão”. A alegria foi intensa.

Os corintianos podem se orgulhar de ganhar títulos quase todos os anos. Mas vão escutar sempre o coro “p... que p..., Libertadores o Corinthians nunca viu, e nem vai ver!”.

Difícil, hoje, é tirar sarro dos são-paulinos. Eles ganharam tudo nos últimos anos e estão cheios de pose. Mas, recentemente, ganharam o “pederástico” apelido de “bambis” e isso é suficiente para deixá-los transtornados.

Mas o mais difícil é ser santista. Até outro dia, eu tinha que ouvir a seguinte frase: “Você nunca viu seu time ser campeão”. Ou então: “é, é, é, viúva do Pelé”. Vieram os títulos. Disseram que sem Robinho não sobreviveríamos... Ano passado, fomos campeões do Paulistão sem ele. Mas torcedor é torcedor. Eles querem tirar onda com os rivais. Os corintianos, são-paulinos e palmeirenses vão sempre insistir em comparar o Santos com a Portuguesa... Coisa de torcedor...

Que bom que tudo isso está voltando. Segunda-feira novamente vai ser uma gostosa segunda-feira... De muita falação, de muita provocação, coisas que só alimentam esta paixão que é o futebol.

A Força do Interior?!?! (parte 1)

Os clubes do interior de São Paulo ainda têm a mesma tradição de anos atrás?

Esta é uma pergunta que poucos jornalistas “futebolísticos” da grande mídia poderiam responder. Por que eu digo “poucos”? É obvio. Eles se fecham no mundo dos grandes e só lembram dos pequenos quando o Paulistão dá o seu ponta pé inicial, e cá entre nós, isso também é bem difícil de ser lembrado.

Dia 17, o Santos, atual campeão, estréia contra o atual campeão. Opa, como? O atual campeão? Por que atual campeão? Não é o Santos o atual campeão? Fique tranqüilo, pois, pela sexta e última vez que eu repito, o atual campeão, também é o Grêmio Recreativo Barueri. O time que ergueu o caneco da séria A-2 do ano passado e subiu para a série B do Campeonato Brasileiro, tem tudo para incomodar os grandes em 2007.

Um pouco mais afastado da Grande São Paulo, aproximadamente, 320 km de Barueri. O Noroeste de Bauru pretende, pelo segundo ano seguido, mostrar que o interior ainda tem muita força e que também pode brigar pelas primeiras colocações. A Maquininha Vermelha voltou à elite do futebol paulista com muita raça e, principalmente, planejamento, essa era a peça que faltava para engrenar a Locomotiva. O ano de 2006 foi o mais importante da história do clube. O Norusca terminou o Paulistão na quarta colocação, ficando à frente do maior campeão Paulista de todos os tempos, o Corinthians, e também se sagrou campeão do Interior. A equipe, ainda, disputou a Copa do Brasil e ficou entre os 16 melhores da série C do Brasileiro.

A 100 km de Bauru, se encontra outra tradicional equipe do futebol paulista, o Marília, mais conhecido como MAC. O uniforme azul celeste já deixou alguns grandes de São Paulo de cabelos em pé. O ano de 2006 não foi bom para o Tigre. A equipe fez uma péssima campanha no Paulistão e não se deu bem na série B. Mas o que deixou os torcedores do MAC com dor de cabeça, foi a goleada de 4 a 0 sofrida diante do arqui-rival Noroeste. Em 2007, o “Abreuzão” estará lotado para a vingança no único derby do campeonato. Isso porque não haverá Ponte Preta e Guarani, pois o Bugre foi rebaixado no ano passado.

Também não posso esquecer dos caçulas da A-1. Guaratinguetá, Sertãozinho e Rio Claro vêm com um elenco sólido e com nomes importantes para a disputa. Edson Bastos (ex-Figueirense) e Yamada (ex-Corinthians e Portuguesa) defenderão o gol do Guará. Luis Carlos (ex-Noroeste) vai comandar o meio-campo do Rio Claro. E Cris (ex-Sport Recife) será o xerife da zaga do Sertãozinho.

O que acabei de escrever é apenas uma prova que o interior ainda respira, e muito bem, o futebol. Se essas equipes mostrarem a verdadeira força que elas possuem, os grandes veículos de comunicação terão que dar o braço a torcer.

*Aguardem a 2ª parte de “A Força do Interior?!?!”

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

E a crise continua...


Mais um ano começa e parece que nada muda no Corinthians. Após um 2005 e 2006 conturbados por problemas nos bastidores, a diretoria corintiana parece não ter aprendido com erros do passado e a desorganização no clube paulista parece não ter fim. Atualmente, o principal motivo da crise entre MSI e a equipe de Parque São Jorge, continua sendo Nilmar, já que o clube paulista deve seis milhões ao Lyon da França. A equipe francesa entrou na Fifa exigindo o pagamento do craque brasileiro.
Graças às eleições do conselho corintiano, no qual poderá ser definido o futuro presidente do Timão, a atual diretoria tem usado a permanência de Nilmar para conseguir eleger o maior número de conselheiros. Desse modo ficaria mais fácil para Alberto Dualib continuar no poder depois de 2009, quando serão realizadas as próximas eleições no clube.
Desde que assumiu o poder há 14 anos, Dualib mudou o estatuto do clube para poder permanecer no cargo, mas no último domingo ele sofreu sua primeira derrota em eleição para selecionar 100 conselheiros. A chapa comandada por Andrés Sanchez venceu por 1.096 a 989 e uma terceira conquistou 120 votos. Agora vamos ver quais serão os próximos capítulos dessa novela que parece nunca ter fim. A disputa pelo poder e pelo dinheiro dessa nebulosa parceria com a MSI.
Enquanto isso, os torcedores são os mais prejudicados com tanto interesse no clube, já que promessas são feitas e não cumpridas. É tudo simplesmente patético!!!

Os estádios da Copa do Mundo do Brasil


Se o Brasil for mesmo confirmado como sede da Copa de 2014, o que é praticamente certo, o Comitê Organizador terá que fazer mágica para viabilizar estádios para a competição. Hoje não há nenhum estádio (exceção feita à Arena da Baixada) em condições de receber jogos de Copa do Mundo.

Em São Paulo, a polêmica é se o Morumbi será aproveitado ou não. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, já descartou o estádio são-paulino. Há a hipótese da cidade de Barueri (com seu moderno estádio que está prestes a ser inaugurado) ser a sede paulista. Hoje, tudo são hipóteses. A verdade é que não tem como São Paulo, maior e mais importante cidade do Brasil, ficar fora da Copa.

O principal problema do Morumbi é que não há um estacionamento com o número de vagas que a FIFA exige. E para construir um estacionamento na região do estádio é necessário derrubar algumas mansões da região do nobre bairro do Morumbi.

O Maracanã, nosso mais tradicional estádio também está, por hora, descartado. Um dos inúmeros problemas é o fato de não haver cobertura para o setor mais caro do estádio (a antiga geral, que hoje é cadeira numerada). A falta de vagas no estacionamento do estádio é outro problema. Atualmente, o estádio João Havelange, que está sendo construído para o Panamericano, é o candidato mais forte para receber jogos no Rio.

No Nordeste, a situação é mais crítica. Os estádios estão em péssima condição e teriam que passar por reformas completas. Em algumas cidades, só a construção de um novo estádio seria a solução.

Ciente da lastimável situação dos estádios, alguns clubes já começam a planejar novas arenas. Seguindo o exemplo do Atlético-PR, o Grêmio já vislumbra uma moderna arena multiuso. O clube acertou uma parceria com a empresa holandesa Amsterdam Arena Advisory, responsável pela construção do arrojado estádio do Ájax, e em abril anunciará o local do novo estádio.

Terá que haver um esforço conjunto gigantesco de todas as partes envolvidas na realização da Copa para que possamos fazer uma organização digna. Muitos percalços aparecerão nos próximos anos. A sede de Porto Alegre, pelo menos, será um problema a menos.

sábado, 13 de janeiro de 2007

E o Fenômeno sai pela porta dos fundos...


Pela primeira vez em sua gloriosa carreira, Ronaldo Fenômeno sai pelas portas de fundo de um clube. Ele não faz mais parte dos planos do técnico Fabio Capello para continuar no Real Madrid.

Desde que surgiu para o futebol, no pequeno São Cristóvão, Ronaldo sempre se valorizou (e muito) nas suas transferências. Quando estava no São Cristóvão, seu passe foi comprado por 7 mil dólares pelo Furacão da Copa de 70, o Jairzinho. Ele revendeu o jogador por 30 mil dólares para o Cruzeiro. De lá, ele foi para o PSV, da Holanda, por 6 milhões de dólares. O próximo destino foi Barcelona: 20 milhões. Logo, foi para a Inter de Milão por 32 milhões de dólares. Finalmente, após o penta, ele foi para o Real por 45 milhões de euros.

Agora, chegou sua hora. O clube merengue não o quer mais. Ele não tem mais espaço. Apesar disso, ele descarta a hipótese de atuar no futebol brasileiro. Definitivamente, ele não quer fazer história nos gramados brasileiros. O Flamengo(seu time de coração) está com as portas abertas para ele. Mas ele não quer ganhar tão pouco (?!) no Brasil. Prefere atuar em um time menor da Europa (a não ser que ele vá para a Juventus) ou então ir para o Oriente Médio. Lá o futebol é pífio, mas a grana é alta. E esse é o objetivo do Fenômeno: ganhar milhões e milhões.

Ronaldo teve altos e baixos em sua carreira. Saiu por cima em momentos em que ninguém apostaria nele. Um verdadeiro “fênix”. Agora é hora de enfrentar aos fatos: seu futebol não é mais o futebol de um super-craque. Se ele quiser, pode atuar no Brasileirão. Afinal, ele já se enquadra na categoria jogador de segunda-linha, que predomina em nossos gramados. Os craques verdadeiros, já sabemos, brilham no exterior.

Holywood aguarda Beckham

David Beckham teve seu contrato reincidido e não joga mais pelo Real Madrid. Ele já acertou novo (e milionário) contrato com o Los Angeles Galaxy. Se por um lado, ele foi um dos maiores responsáveis pelo crescimento da “marca” Real Madrid, por outro, não conquistou nenhum título em sua passagem. Foi com a chegada dele que os galácticos deixaram de ser vencedores. E foi com ele que o clube merengue se tornou o clube mais rico do planeta (superando o seu ex-time, o Manchester United).

Beckham é um bom jogador. E só. O marketing em cima dele é que o eleva tanto. Ele agora vai para Holywood. Vai para Los Angeles, atuar no futebol estadunidense. Sua mulher, Victoria, é que deve ter gostado.

Já faz algum tempo que ele desistiu de querer parecer que é craque. Desde a Copa do Mundo, não joga mais no English Team. Estava esquentando o banco em Madri... Agora vai jogar em um país em que o marketing fala mais alto do que tudo. No site do Los Angeles Galaxy, já há um grande destaque para Beckham. Ele foi para o lugar certo.

E que negócio foi este para ele. Vai ser acionista do clube e da Major League Soccer. Seus rendimentos (incluindo a montanha de dinheiro que ele ganha com publicidade) chegarão aos inacreditáveis 100 milhões de dólares por ano!! Será o esportista mais bem pago do planeta, superando o golfista estadunidense Tiger Wood. Para um jogador mediano, que só se destacada com a bola parada, está bom demais. É capaz até de ir parar em Holywood depois que encerrar a carreira...

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Os maiores jogos da história recente do futebol – II



Santos 5 x 2 Fluminense - Segundo jogo da semifinal do Campeonato Brasileiro de 1995

Os maiores jogos da história recente do futebol - I



Palmeiras 3 x 4 Vasco - Final da Copa Mercosul de 2000

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Agora o Santos já tem a sua própria novela

Parece que todos os clubes têm uma novela. O Corinthians tem a novela Nilmar, que já cansou de tão longa. O São Paulo teve a novela Mineiro (ainda não totalmente finalizada, já que o jogador ainda não anunciou seu novo clube). O Fluminense tem a novela Carlos Alberto... Agora o Santos também tem a sua própria novela: o jogador Marcos Aurélio foi anunciado pelo clube, mas o Atlético-PR ainda quer melar a negociação.

O Santos procura desesperadamente um jogador para a linha de frente e vê no atacante uma salvação para a temporada. Trata-se de um belo jogador. Entretanto, o Atlético-PR também conta com ele para esta temporada. E afirma que, além de ter preferência para ficar com o jogador, já esticou o contrato do atleta para junho deste ano.

O caso deverá parar na Justiça. O Santos que abra os olhos porque se deixar escapar este jogador, dificilmente irá encontrar outro que valha a pena. O mercado é competitivo e não está nada fácil contratar atacante este ano.

E é obrigação da diretoria montar um time competitivo, caso contrário, o Santos vai naufragar nas competições que disputará. E este ano tem Libertadores... O torcedor santista torce para que esta novela, diferentemente das outras, tenha um desfecho rápido e, mais importante, feliz.

2007, o ano de Robinho?

No final do ano passado, Robinho disse a um jornal espanhol que iria lutar, em 2007, para ser eleito o melhor jogador do mundo. Para conseguir este feito, terá de superar outro brazuca, o genial Ronaldinho Gaúcho (de fato, o melhor do mundo).

Robinho sabe que só atuando na Europa ele poderá ser eleito o melhor do mundo. Por isso ele foi embora do Santos. O Brasil é o maior campeão do mundo mas não pode ter um melhor do mundo atuando em seus gramados. Romário, por exemplo, fez mais de 70 gols no ano 2000 e era, sem sombra de dúvidas, o melhor jogador do mundo na época. Mas o escolhido foi Zidane. Afinal, a França foi campeã da Europa naquele ano e Zidane era o capitão...
É triste... Antigamente, os grandes time do Brasil tinham vários craques que alcançavam a glória jogando nos gramados brasileiros. Hoje, qualquer criança que quer ser jogador de futebol já fala que o sonho é jogar no Barcelona, Real Madrid, Milan... Ninguém mais sonha em ser o ídolo do Flamengo, de levantar a torcida no Maracanã, de ficar na história do futebol brasileiro atuando aqui. Ronaldo Fenômeno é o maior exemplo desta atual fase que vivemos:ele é um dos maiores ídolos desta geração, foi eleito três vezes o melhor do mundo, ganhou um Copa do Mundo para nós, mas não é ídolo de nenhuma torcida no Brasil. Robinho, pelo menos, conseguiu a glória no Santos.
Mas será que Robinho, atuando no Santos, um dia chegaria a condição de melhor do mundo? A Europa, com certeza, iria fechar os olhos. Ia fingir que ele não existia, como fizeram com Romário... Mas e se ele ganhasse títulos e mais títulos e depois conduzisse a seleção ao hexa em 2010, ganhando, inclusive, a Bola de Ouro da competição? Teria como tirar dele o prêmio de melhor do mundo? Acho que não.
Robinho ainda é pior do que Ronaldinho Gaúcho. O craque do Barcelona está na maturidade plena. Está no auge da forma e da técnica. Quem sabe daqui uns anos, o Rei das Pedaladas não consegue superar o Gaúcho. Porque, hoje, está difícil este aí ser superado. Só com politicagem da FIFA, mesmo... Porque, cá entre nós, Cannavaro melhor do mundo é brincadeira...