quarta-feira, 28 de junho de 2006

Imagine só - 2

Se o Ronaldo, gordo, está jogando assim, imagina contra a França. Imagina então como ele vai estar na final. Imagine só...

Imagina só

Jogando mal, o Brasil já fez 10 gols e tem o melhor ataque. Imagina quando desencantar...

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Ao Hino Nacional

A primeira grande decepção da copa: sem Koller para cabecear e chamar a atenção das defesas adversárias, a República Tcheca perdeu a força que chamou a atenção de todos na primeira rodada.

Parece que o segundo lugar do ranking de seleções da FIFA terá, em breve, novos donos.

E, dentro da decepção, vejo mais algumas: Nedved não mostrou o futebol que o mundo dele esperava. Milan Baros, que foi uma das grandes revelações da Euro 2004, também não encantou.

E assim os Tchecos deixam a Alemanha precocemente, antes do provável e temido embate contra o Brasil. Melhor para a gente... quer dizer, será?

O Brasil entra em campo em poucos minutos para sacramentar a primeira posição em seu grupo. Sendo assim a seleção canarinho enfrenta Gana. Teremos de superar os traumas das duas olimpíadas seguidas em que fomos eliminados por africanos.

O Brasil tem futebol de sobra para uma vitória, mas o time do meia Appiah (que, antes da copa, vinha assistindo aulas semanais de futebol de seu companheiro de Fenerbache, Alex) tem condições de surpreender.

Devem estar pensando, mas e o Japão?

A partida começa em poucos instantes, e Parreira vai perdendo mais uma oportunidade de pôr em campo o verdadeiro quadrado. Venho percebendo que a imprensa insiste em esquecer que o quadrado que ganhou fama na copa das confederações não vem entrando em campo.

O quadrado mágico que atuou bem tinha Robinho no lugar de Ronaldo. Assim encantou o mundo. Pode se dizer que é maldade, mas, para ilustrar a situação, vou citar aqui a frase que surgiu a um amigo ontem, quando discutíamos o assunto: “Com o Ronaldo em campo não é quadrado, é triangulo e bola.”

Exagerado? Não sei. Eu não ousaria duvidar do Fenômeno, mas ando um tanto desconfiado.
Agora, que todos cantem o hino nacional.

domingo, 11 de junho de 2006

Os heróis brasileiros


Desde 1990 eu sou um apaixonado por Copas. Naquele ano, caímos cedo. Mas eu posso dizer que faço parte de uma geração privilegiada. Já vi três finais. Ganhamos duas.

De quatro em quatro anos eu vivo a Copa. E vivo apenas a Copa. Todas as outras coisas cotidianas são menos importantes.

Quando finalmente chega este evento maravilhoso, é difícl se conter. Palavras saem carregadas de passionalidade. Um drible não é só um drible. Um gol não é só um gol. Tudo é carregado de mística. São momentos que escrevem a hitória. Não apenas da Copa, mas da humanidade.

O que seria do Brasil se nós não fossemos os maiorais da bola? Seríamos apenas mais um país pobre esquecido e desconhecido. Graças aos nossos heróis, somos respeitados, admirados e bem recebidos em qualquer lugar. Esses heróis da bola são nossos verdadeiros heróis. Esqueçam Dom Pedro I, Tiradentes e qualquer outro salvador da pátria. Quem realmente nos salvou foi o Pelé, o Garrincha, o Romário e o Ronaldo. Isso para só citar alguns.

E esses heróis só têm a Copa para fazer história. Se fracassarem, ficaram de fora do Monte Olimpo. Zico é um exemplo. Por mais que ele tenha sido um grande craque, ele não é um herói brasileiro. É apenas um herói rubro-negro.

Esta Copa é uma Copa para surgirem novos deuses da bola. E nós,brasileiros subdesenvolvidos mas maiorais no que mais importa no mundo, vamos para a glória. Dia nove de julho, data famosa para os paulistas é dia de festa.

Coisas de Copa do Mundo

Será coincidência?

Portugal e Angola, colonizadores e colonizados, se enfrentam hoje na cidade de Colônia.

Coisas de Copa do Mundo.

Gira a pelota. Pára o mundo.


Estava eu, nessa última sexta-feira, preocupado.

Começava o maior evento esportivo do mundo. Os donos da casa abriam a festa com uma apresentação não tão digna de tricampeões com doze jogadores.

E o que me incomodou não foi a vitória marota dos anfitriões, com poucas jogadas criadas. Já acostumado com o jogo de chutes longos e cruzamentos, não me surpreendi.

O que realmente me deixava inquieto eram os lugares vazios no estádio alemão. Era a falta de decoração, a sensação de pouco envolvimento da maior cidade da América do Sul no certame. Era a sensação de perda de magia que parecia nos rondar às vésperas de nossa maior festa nacional.

As coisas mudam, eis um dito apropriado.

Um dia depois, saia eu de mais um dia de labuta em plena Avenida Paulista. O clima havia mudado, fazendo-me suspirar aliviado ao avistar, nas esquinas ventosas do grande corredor que toma parte na principal montanha da cidade, gente verde-amarela respirando, gritando, cornetando, e vibrando Copa do Mundo.

Enfim me sentia no Brasil em junho de 2006, como ansiava há quatro anos.

Corri logo para o telão mais próximo. Jogavam nossos eternos rivais platinos contra os estreantes da Costa do Marfim. Senti-me melhor ainda ao ver Drogba balançar as redes após bela jogada do time de laranja (enfim, os holandeses não são os únicos). Não por estar torcendo contra a Argentina. Mas sim por ver, ao meu lado, um tímido e solitário mexicano (provavelmente saindo do prédio de alguma multinacional não tão multinacional como o torneio em questão), vibrando ao balançar das redes defendidas por Abondanzieri.

Não estava frio, tão pouco calor. Apesar do vento forte, o clima era de Copa.

E nesse tempo morno, indefinido, nesse sol-e-chuva, me vieram as primeiras observações:

Observei Riquelme, que participou dos dois gols argentinos, com destaque para a bola (que devia contar meio gol na artilharia) que deixou Saviola na cara do goleiro adversário.

Observei, também, o salto circense de Crespo, que me pareceu flutuar à espera do momento certo para atingir a redonda da maneira certa. Oportunismo e classe.

Não ousei deixar de observar a bela apresentação da Costa do Marfim, que merecia, no mínimo, igualdade no placar.

Observei a imprensa mundial secando, mesmo que sem querer, os suecos, que fizeram uma das melhores campanhas nas eliminatórias européias, mas não puderam superar o menor país da Copa, estreante e sem pretensões. Antes do jogo, escutei, de vários jornalistas, de vários meios de comunicação, que a Suécia não estreava bem em Copas do Mundo. Dito e feito.

Nem queria ter observado o embate entre ingleses e paraguaios. Desaprendi um pouco de futebol durante o jogo. Faltou Rooney? Talvez tenha faltado Arce. Duas cobranças de falta do ex-lateral do outro lado da ponte da amizade bastavam para incendiar a partida, mais fria do que a atual primavera alemã.

Observei e confirmei a expectativa de que, em sua segunda Copa do Mundo, o Equador mostraria como cresce o futebol no país. Observei que a Polônia, poucos dias antes desta derrota, batia nossos adversários de terça-feira por um a zero.

E, para terminar no início, observei o jogo feio de abertura ao qual me refiro no início deste texto. Observei, também, que a imprensa desacredita dos anfitriões.

Não desejo cometer o mesmo erro. Hungria e Holanda que o digam.

Fora isso, observei que o treino canarinho de quinta-feira parecia mais cheio do que o jogo de abertura do Mundial. Narrador e comentarista discutindo a roda de bobo assistida por vinte e cinco mil.

Agora, é isso que me preocupa.