terça-feira, 24 de outubro de 2006

E o Azulão acabou...

Quando, em 2000, o São Caetano surgiu no cenário futebolístico brasileiro, o clube foi apontado como exemplo de administração, transparência e profissionalismo. Por ter pouca (ou quase nenhuma) torcida, a pressão interna era pequena e isso se refletia em campo. Vice-campeão brasileiro em 2000 e 2001, vice-campeão da Libertadores em 2002 e campeão paulista em 2004. Parecia que ia se firmar como um time grande.

O São Caetano era um time temível. Jogar no Anacleto Campanella era dificílimo (mesmo estando sempre quase vazio) e receber o Azulão em casa também era complicado. Praticamente todos os times grandes tinham retrospecto negativo contra o time do ABC. O São Paulo, por exemplo, demorou mais de dois anos para fazer um gol no rival.

E assim foi se firmando como uma grande equipe. Sempre brigando por títulos, com bons técnicos e jogadores experientes que preferiam ganhar em dia em uma equipe pequena a não receber o salário por meses a fio em “grandes” clubes.

Depois de bater na trave três vezes, o São Caetano conseguiu, em 2004, o que clubes antigos e tradicionais como a Ponte Preta e o Guarani não conseguiram até hoje, o título paulista. Parecia que era o ínicio de uma fase ainda mais vitoriosa. Parecia...

No mesmo ano, no Brasileirão, o São Caetano fazia mais uma campanha digna, quase se assegurando na Libertadores do ano seguinte. Serginho, zagueiro do time, fazia mais uma boa atuação com o manto azul, contra o São Paulo, quando passou mal e morreu em campo. Uma tragédia que a Justiça Desportiva acusou como sendo de responsabilidade do clube.

O presidente Nairo Ferreira, até então elogiado por seu profissionalismo, teve que se afastar. O time perdeu 24 pontos na tabela e só não caiu porque fazia, mais uma vez, excelente campanha. E esta foi a morte anunciada do jovem clube.

No ano seguinte o time deixou de fazer boas campanhas. Passou o ano inteiro nas posições intermediarias da tabela. A competente diretoria foi trocada e a alternância de técnicos no Azulão fez lembrar os desorganizados “grandes”.

Este ano, nenhum técnico ficou muito tempo no clube. O melhor foi Leão, que no pouco tempo que ficou no ABC foi regular, deixando o time no meio da tabela. A partir de sua saída, a situação do time no campeoanto degringolou. Derrota atrás de derrota. Derrota atrás de derrota. Nem empatava. Vitória, nem pensar. E assim chegou ao fundo do poço, virtualmente rebaixado.
Outrora exemplar, o São Caetano já não se diferencia dos demais clubes brasileiros. É mais um dirigido por incompetentes, amadores, corruptos e nefastos cartolas.

Nosso ouro é deles

Foi só o italiano escalar o Rei das Pedaladas para o Real Madri desencantar. Primeiro, Robinho só não fez chover na Champions League. Agora, foi o melhor em campo contra o arqui-rival Barcelona, ofuscando o decadente Ronaldinho Gaúcho.

Era óbvio que com o tempo, Robinho iria conquistar a Europa. Já tinha conquistado o Brasil todo. Era o único capaz de levar crianças para o estádio. Crianças são-paulinas, corinthianas, palmeirenses... E santistas. Era o único. Deveria ser patrimônio brasileiro, invendável.

O menino é muito talentoso. É bola no pé dele e desespero para os rivais. Pena que tenha associado seu nome ao Real Madri, clube inescrupuloso que age como os antigos espanhóis na época da colonização.

Ele segue a tendência irreversível de êxodo de jovens craques. Na hora que a flor desabrocha, ela é podada para ficar na mesa de jantar de um palacete. Nunca mais se vê uma bela flor em jardins brasileiros. É como nosso ouro que está nas catedrais madrilenhas. É como os dólares dos brasileiros que estão guardados em bancos suíços. Não servem para nós.

Se depender de nossos craques, eles vão embora mesmo já que não dá para comparar salários em euro e salários em real. O que é necessário é uma legislação séria para evitar este descalabro. O Santos ainda segurou Robinho por alguns anos, mas times menos estruturados como, por exemplo, o Fluminense... Lá se fala: “Xerém fabrica craques, as Laranjeiras vendem.” O Internacional vai jogar o Mundial enfraquecido porque na primeira oportunidade vendeu seus craques.

E eles vão para Ucrânia, Rússia, Turquia, Coréia do Sul... Ser ídolo de uma torcida não é mais importante. Se antes os meninos sonhavam em jogar no Maracanã lotado, hoje eles sonham com uma mansão num condomínio de luxo Madri. Ou em Kiev, Moscou, Helsinque, Copenhagem, Bruxelas, Istambul, Xangai, Riad, Bagdá...

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

A maior farsa do futebol


Como pode um lateral que não sabe nem fazer um cruzamento ter sido titular da seleção brasileira de futebol por dez anos? Com três Copas do Mundo nas costas... O lobby da Nike deve ser incrível. Porque o Roberto Carlos é ruim.

E não digo isso hoje. Não digo isso por causa de sua ajeitada na meia contra a França. Digo isso há tempos. Nunca vi acertar um cruzamento, principal fundamento de um lateral (ou ala). O máximo que ele consegue fazer é dar um chutão para o meio da área. Ah, tem aquele breque que ele faz em alta velocidade para enganar os zagueiros. Só sabe fazer isso e marcar. E até que marca bem.

E um jogador que só sabe marcar falha grotescamente em momentos decisivos de Copas do Mundo. Em 1998, contra a Dinamarca, uma bicicleta furada. Contra a França, uma espanada que resultou em escanteio letal. Este ano contra a França...

Vendo o jogo do Real Madri ontem, confirmei minhas impressões sobre o lateral. E olha que ele jogou bem. Mais uma vez, enganou bem. A mim ele não engana, não. Ficou com suas subidas velozes e cruzamentos que são chutes para o meio da área. Pífio.

Ele não é o pior dos laterais. Como eu disse, sabe marcar bem. Mas para jogar três Copas pela Seleção ele teria que ser um baita craque. Júnior, do São Paulo, que foi reserva de Roberto Carlos em 2002, disputou um jogo apenas, contra a Costa Rica. Foi a melhor atuação de um lateral esquerdo brasileiro em Copas desde a inesquecível jornada de Branco contra Holanda em 1994.

Depois de tanto tempo de enganação, teve que sair da seleção pelas portas do fundo, marcado pelo fiasco na Alemanha. A ajeitada na meia de Roberto Carlos entrou para a galeria de jogadas que incluem o passe errado de Toninho Cerezo contra a Itália em 82, o pênalti perdido por Zico contra a França (sempre a França!) em 86 e a falha de Barbosa contra o Uruguai em 50.

É por essas e outras que afirmava antes e agora afirmo com mais convicção: Roberto Carlos é a maior farsa do futebol brasileiro moderno.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

São Paulo com uma mão na taça

O São Paulo só não será campeão se não quiser. Se perder o título, será uma mancha em sua história. Sim, porque desde o Cruzeiro de 2003, um time não chegava com tantas sobras para conquistar o título. Naquela ocasião, o time de Luxemburgo se destacava num campeonato forte com rivais poderosos (Santos de Robinho, por exemplo). Hoje, o tricolor paulista sobra num campeonato nivelado por baixo em que é difícil até destacar os novos craques que surgem.

Os times que vêm na cola do São Paulo até poderiam tirar uma lasquinha se o campeonato tivesse um mata-mata ao seu final. Com pontos corridos, a pergunta que fica é: Em que rodada o São Paulo vai papar o título? Vai superar o Cruzeiro, também campeão com uma boa antecedência?

Meu companheiro de Gorducha, Iuri, todo ano acerta o campeão brasileiro. Cravou São Paulo lá em maio. Está acertando. Nas últimas rodadas, o Santos cresceu um pouco e eu falei pra ele que este ano ele ia errar. Mas o Santos é limitado e vai apenas brigar pela Libertadores.

Depois de 15 anos, o São Paulo vai finalmente ser campeão nacional. É importante para história são-paulina valorizar isto. Ao mesmo tempo em que o Tricolor se estabelecia como potência internacional, os seus rivais brasileiros se fortaleciam e até superavam o time do Morumbi em escala nacional. Basta ver que o Corinthians ganhou quatro, O Palmeiras dois e o Santos dois Brasileiros neste “jejum” tricolor.
Mas agora, salvo um desastre, esta espera vai acabar. E premiar a diretoria mais competente do Brasil.