sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

A dona do jogo

Passa ano e entra ano e os jogos de quarta-feira à noite continuam a começar no absurdo horário das 21 horas e 40 minutos. A explicação é simples: o futebol brasileiro, assim como nosso carnaval, nada mais é do que um produto da Globo. São eles quem decidem tudo. Então eles marcam o jogo para depois da novela. Não importa se o jogo vai terminar meia-noite... Não importa o torcedor de estádio... Só importa o telespectador.

Este ano uma lei proibindo jogos depois das 21 horas foi criada. Mas o covarde prefeito Kassab não quis enfrentar a Globo e a vetou. Acabou prejudicando todos os paulistanos que vão ao estádio.

Na verdade, o que a emissora carioca mais quer é isso. Que as pessoas deixem de ir para o estádio e fiquem na frente da telinha, dando audiência. A Globo é a dona do negócio e os clubes são reféns de seu capital. Mesmo quando oferece menos dinheiro do que a concorrência para ter os direitos dos campeonatos, ela acaba levando. Isso por que os clubes já têm o rabo preso e não podem viver sem o dinheiro (que muitas vezes já vem adiantado) global.

O futebol é algo que é do povo. É jogado pelo povo, é jogado para o povo... Não é um produto. Não é algo que pode ser transformado em negócio. Mas a Globo não pensa assim. Para eles, tudo que tem um apelo popular pode ser transformado em mercadoria e depois vendido. Afinal, no mundo capitalista, todos nós somos consumidores em potencial. E o que eles mais querem é que consumamos o seu “produto”.

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