domingo, 31 de dezembro de 2006

Um ano diferente do que esperávamos


Totalmente diferente do que nós esperávamos, o ano de 2006 vai se acabando. No primeiro dia do ano estávamos sonhando com o hexa. Agora, estamos aqui, nos consolando com o título mundial do Internacional. Ninguém esperava que a Copa fosse a lástima que foi para o Brasil. E quantos colorados acreditavam que o Inter chegaria onde está agora? Poucos...
E o que dizer do Corinthians? Em janeiro, era o campeão brasileiro e tinha um elenco recheado de bons jogadores trazidos pela MSI. Tinha Tevez, Mascherano, Ricardinho, Carlos Alberto, Nilmar... No Paulistão começou bem, (graças à impressionante fase de Nilmar) mas acabou na modesta sexta colocação. Tudo bem, a prioridade era a Libertadores... Era e sempre será, já que se trata da única taça que os corinthianos não possuem. Mas desta vez eles perderam mais uma vez. E ainda proporcionaram cenas lamentáveis de selvageria. A partir daí, o time perdeu os rumos e fez uma péssima participação no campeonato nacional. Para quem defendia o título, ficou devendo.
Outro time que começou o ano sonhando alto mas que teve que voltar à (triste) realidade em que se encontra foi o Palmeiras. Começou liderando o Paulistão com folga mas foi perdendo o campeonato aos poucos, graças às sucessivas perdas de pontos para times pequenos. O amadorismo da diretoria palestrina está deixando o clube falido. Há tempos que o Palmeiras encontra-se nesta difícil situação. O tradicional time paulistano ainda não ganhou nenhum título de expressão este século.
Mas se estes torcedores dos rivais Palmeiras e Corinthians se decepcionaram, teve torcedor que se surpreendeu com o desempenho de seu time. Os gremistas, por exemplo. Mal saíram da Série B e já são campeões gaúchos. No Brasileiro, incrível, lutaram pelo título, conquistaram vaga na Libertadores e não deixaram o ano ser totalmente vermelho no Rio Grande. Mano Menezes faz um trabalho espetacular no Grêmio. Ano que vem pode ter Grenal na Libertadores. Porto Alegre vê a premiação de dois clubes que, depois dos tombos (o Grêmio caiu para a Segundona e o Inter quase), se reergueram e apostaram no profissionalismo. Aumentaram o número de associados, tiveram mais público em seus estádios, conquistaram títulos. Exemplo a ser seguido. No outro Rio Grande, o do Norte, euforia. O América, recém-promovido à serie B, consegui o acesso para a Primeirona.
Mas as surpresas não pararam por aí. Quando o Brasileirão brecou para a Copa (os italianos também não estavam tão confiantes assim mas paparam o caneco e vão fechar o ano tetracampeões), o Fluminense estava brigando pelas primeiras posições e os seus rivais estavam na parte de baixo da tabela, lutando contra o rebaixamento. Tudo conforme vinha acontecendo nos anos anteriores. Mas na retomada do campeonato, os papéis se inverteram: o Vasco lutou até a última rodada pela derradeira vaga na Libertadores, o Botafogo fez uma das melhores campanhas do segundo turno e o Flamengo, depois de muitos anos, não brigou para cair. Já o Flu quase caiu. Só não caiu porque o São Caetano e a Ponte Preta foram extremamente mal no certame.
Perto de 2004, o ano das zebras (Grécia, Santo André, São Caetano...), esta temporada teve poucas surpresas. Afinal, o São Paulo ganhou mais um título importante, o Inter se firmou, e o Flamengo não deixou a zebra Ipatinga conquistar a Copa do Brasil... Mas que o ano terminou bem diferente do que muita gente imaginava... Ah, terminou...

Os boleiros. a "concentração" e a tecnologia


Imagine só, caro leitor, o que seriam de nossos boleiros sem a tecnologia... Como seriam bem mais chatas as “concentrações” sem a Internet e o videogame. Antigamente devia ser duro. Horas de baralho... Jogos e mais jogos. Será que eles jogavam futebol de botão? Uma hora, com certeza, devia cansar. E a saudade da família? Dureza esta vida de viagens...

Tudo mudou. A Internet é uma maravilha. Você pode conversar horas e horas com sua mulher, seu filho, seus pais, seus amigos. Cartas, caríssimos telefonemas, longo tempo sem ver a família... Isto é coisa do passado. Agora temos Internet, e-mail, MSN, webcam... Seus problemas acabaram.

Hoje em dia, só sente saudade quem quer. A tecnologia esta aí para encurtar qualquer distância. Os jogadores de futebol sabem bem disso. Mas, para eles, a melhor parte da tecnologia é, indiscutivelmente, poder disputar jogos altamente fiéis à realidade no videogame. Assim como toda a molecada que curte bater uma bolinha e também adora sentar na frente da TV e disputar partidas virtuais eletrizantes, nossos craques também passam horas e horas disputando campeonatos de Winnin’ Eleven.

Para quem é boleiro amador, o videogame é a glória. Um perna-de-pau pode ser o campeão do bairro nos disputadíssimos campeonatos que mexem com o ânimo da rapaziada. Tem gente que quando perde fica bronqueado como se o time do coração tivesse perdido uma final de campeonato para o arqui-rival. Mas, e pra quem já é bom na vida real, que graça tem meter gol no videogame? Muita. Até mesmo porque, assim como no futebol amador, no futebol profissional, quase sempre é o grosso que é o campeão das disputas que dão o ânimo para agüentar as longas “concentrações”. Então, é sempre bom ser campeão. O Ronaldinho Gaúcho deve adorar.

Mas o Winnin’ Eleven, jogo do PlayStation 2, da Sony, é mais do que diversão. O jogo dá uma noção de tática tremenda e, se o técnico e os jogadores tiverem olho para isso, esta simples diversão pode ajudar muito dentro de campo. Eu, por exemplo, sempre jogo com três atacantes e sei que no contra-ataque sempre vão ter dois pontas voando. O Barcelona também joga com três atacantes. Provavelmente, no videogame, os jogadores do Barça devem usar a mesma formação que eu. Quem sabe, eu não venceria uma disputa com eles?

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Quando a Colônia bate a Metrópole...


Foram 23 anos agüentando os rivais gemistas. "Vocês são intermunicipais, no máximo interestaduais. Nunca serão campeões mundiais, como nós. Serão eternamente um time regional." Pois esta sina chegou ao fim. O Internacional é campeão do mundo, o sexto time brasileiro, o nono título brazuca, igualando nossos hermanos argentinos. E se os gremistas zuavam os colorados antes, o papel, agora, se inverte. "Fomos campeões em cima do Barcelona de Ronaldinho , vocês foram campeões em cima do hamburguer alemão... Temos todos os títulos que vocês tem menos um, o da Série B, que não fazemos a menor questão... Aliás, vocês foram rebaixados duas vezes, né? Que feio..."

Os gremistas torceram para que seu ex-craque, Ronaldinho Gaúcho fosse o algoz dos vermelhos, como fora no Gauchão de 99. Ele iria calar nossos corações de novo? Sim, porque neste domingo todos (exceto os pobres gremistas) nós éramos colorados. E Ronaldinho não iria machucar nossos corações novamente.

Desta vez Ronaldinho envergava a azul-grená. Seleção do mundo. Um time que compra os craques que quiserem. Uma constelação. Mas cadê os catalãos no time? E os espanhóis? Será que havia 20 mil torcedores espremidos nas calles barcelonesas? Seria justo o Barcelona ganhar? Fazer a alegria (será que a torcida européia liga para este título?) de gente que nem precisa desta alegria? Que injusto seria se a massa vermelha chorasse como choramos em julho...

Eis que a colônia bate na metrópole. Um time desproviso de craques. Nenhum jogador de seleção. Todos eles, arrancados pelo capital europeu. Jogamos com ponta de estoque, segunda linha de craques. Mas os colorados pensaram na torcida que vive o Inter, pensou que não era justo que aqueles ultramilionários do outro lado do campo levar para a Catalunha o título de campeão mundial. Os brasileiros não poderiam acabar 2006 sem o título mundial. A justiça foi feita.

Neste domingo, foi escrita a decisão mais inusitada de todos os tempos. O craque gaúcho vendo sua seleção mundial naufragar frente a um time gaúcho. Ele nunca iria imaginar que iria perder um título mundial para o Inter.

E o que dizer de Adriano Gabirú, o herói da conquista, que, assim que acabou o jogo, correu para trocar a camisa mais valiosa da história do Inter, a sua, pela camisa do Deco. Ele era campeão do mundo mas só queria a camisa do Deco. " É que eu joguei com ele lá no CSA de Maceió..." Coisas do futebol brasileiro.

Assim que o juiz apitou, festa no Rio Grande. "Posso morrer feliz!!!!!!". " Sou campeão do mundoooooooooo!!!!!!!!!" Choro, comoção, alegria. Sensações que, inacreditavelmente, só o futebol pode nos proporcionar.

Ah, se sempre fosse assim, a colônia batendo na metrópole...

domingo, 17 de dezembro de 2006

Mais Internacional do que nunca

Hoje é um clube mais Internacional do que nunca. Conquistou a América e o mundo.

Mostrou que bom planejamento e boa administração, resultam, redundantemente, em bons resultados.

Mostrou (novamente, como a Grécia de 2004 e a Itália de 2006, por exemplo) que a aplicação tática é fundamental no futebol contemporâneo.

Mostrou Abelão, que se revelou um técnico de ponta. Capaz de montar, armar, incentivar, ganhar, remontar (perdeu alguns jogadores após a Libertadores), e consagrar, tanto a si mesmo quanto ao clube e seus atletas (até os que só jogaram 3 partidas na carreira).

Mostrou Iarlei (bi-campeão mundial de clubes), guerreiro, que chamou jogo durante toda a partida e, como prêmio, canetou, levantou a cabeça, passou com precisão, e correu para o abraço com Adriano, autor do gol mais importante da história do Colorado.

Mostrou o melhor do mundo (que talvez nunca se tenha imaginado, nem em seus maiores delírios de criança, enfrentando o Inter no Japão) batendo falta com olhos marejados, inconformado em estar sendo derrotado por seu maior rival numa final de mundial.

Mostrou, por fim, a força do futebol brasileiro. Com toda a sua cadência e malícia. Com nervos à flor de pele. Com equipe teoricamente inferior. Com a taça na mão.

Mostrou Fernandão, o camisa 9 mais inteligente dos últimos tempos. Grande e categórico.

Mostrou Ceará, Edinho, Clemer e todo o sistema defensivo do time, que anulou completamente o poder de ataque da equipe mais temida da atualidade.

Viva o Internacional, um dos clubes mais bem organizados do futebol atual, que nos últimos anos, contra a realidade do futebol brasileiro, contra árbitros e cartolas...

... Mostrou.