segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Quando a Colônia bate a Metrópole...


Foram 23 anos agüentando os rivais gemistas. "Vocês são intermunicipais, no máximo interestaduais. Nunca serão campeões mundiais, como nós. Serão eternamente um time regional." Pois esta sina chegou ao fim. O Internacional é campeão do mundo, o sexto time brasileiro, o nono título brazuca, igualando nossos hermanos argentinos. E se os gremistas zuavam os colorados antes, o papel, agora, se inverte. "Fomos campeões em cima do Barcelona de Ronaldinho , vocês foram campeões em cima do hamburguer alemão... Temos todos os títulos que vocês tem menos um, o da Série B, que não fazemos a menor questão... Aliás, vocês foram rebaixados duas vezes, né? Que feio..."

Os gremistas torceram para que seu ex-craque, Ronaldinho Gaúcho fosse o algoz dos vermelhos, como fora no Gauchão de 99. Ele iria calar nossos corações de novo? Sim, porque neste domingo todos (exceto os pobres gremistas) nós éramos colorados. E Ronaldinho não iria machucar nossos corações novamente.

Desta vez Ronaldinho envergava a azul-grená. Seleção do mundo. Um time que compra os craques que quiserem. Uma constelação. Mas cadê os catalãos no time? E os espanhóis? Será que havia 20 mil torcedores espremidos nas calles barcelonesas? Seria justo o Barcelona ganhar? Fazer a alegria (será que a torcida européia liga para este título?) de gente que nem precisa desta alegria? Que injusto seria se a massa vermelha chorasse como choramos em julho...

Eis que a colônia bate na metrópole. Um time desproviso de craques. Nenhum jogador de seleção. Todos eles, arrancados pelo capital europeu. Jogamos com ponta de estoque, segunda linha de craques. Mas os colorados pensaram na torcida que vive o Inter, pensou que não era justo que aqueles ultramilionários do outro lado do campo levar para a Catalunha o título de campeão mundial. Os brasileiros não poderiam acabar 2006 sem o título mundial. A justiça foi feita.

Neste domingo, foi escrita a decisão mais inusitada de todos os tempos. O craque gaúcho vendo sua seleção mundial naufragar frente a um time gaúcho. Ele nunca iria imaginar que iria perder um título mundial para o Inter.

E o que dizer de Adriano Gabirú, o herói da conquista, que, assim que acabou o jogo, correu para trocar a camisa mais valiosa da história do Inter, a sua, pela camisa do Deco. Ele era campeão do mundo mas só queria a camisa do Deco. " É que eu joguei com ele lá no CSA de Maceió..." Coisas do futebol brasileiro.

Assim que o juiz apitou, festa no Rio Grande. "Posso morrer feliz!!!!!!". " Sou campeão do mundoooooooooo!!!!!!!!!" Choro, comoção, alegria. Sensações que, inacreditavelmente, só o futebol pode nos proporcionar.

Ah, se sempre fosse assim, a colônia batendo na metrópole...

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