
Estava eu, nessa última sexta-feira, preocupado.
Começava o maior evento esportivo do mundo. Os donos da casa abriam a festa com uma apresentação não tão digna de tricampeões com doze jogadores.
E o que me incomodou não foi a vitória marota dos anfitriões, com poucas jogadas criadas. Já acostumado com o jogo de chutes longos e cruzamentos, não me surpreendi.
O que realmente me deixava inquieto eram os lugares vazios no estádio alemão. Era a falta de decoração, a sensação de pouco envolvimento da maior cidade da América do Sul no certame. Era a sensação de perda de magia que parecia nos rondar às vésperas de nossa maior festa nacional.
As coisas mudam, eis um dito apropriado.
Um dia depois, saia eu de mais um dia de labuta em plena Avenida Paulista. O clima havia mudado, fazendo-me suspirar aliviado ao avistar, nas esquinas ventosas do grande corredor que toma parte na principal montanha da cidade, gente verde-amarela respirando, gritando, cornetando, e vibrando Copa do Mundo.
Enfim me sentia no Brasil em junho de 2006, como ansiava há quatro anos.
Corri logo para o telão mais próximo. Jogavam nossos eternos rivais platinos contra os estreantes da Costa do Marfim. Senti-me melhor ainda ao ver Drogba balançar as redes após bela jogada do time de laranja (enfim, os holandeses não são os únicos). Não por estar torcendo contra a Argentina. Mas sim por ver, ao meu lado, um tímido e solitário mexicano (provavelmente saindo do prédio de alguma multinacional não tão multinacional como o torneio em questão), vibrando ao balançar das redes defendidas por Abondanzieri.
Não estava frio, tão pouco calor. Apesar do vento forte, o clima era de Copa.
E nesse tempo morno, indefinido, nesse sol-e-chuva, me vieram as primeiras observações:
Observei Riquelme, que participou dos dois gols argentinos, com destaque para a bola (que devia contar meio gol na artilharia) que deixou Saviola na cara do goleiro adversário.
Observei, também, o salto circense de Crespo, que me pareceu flutuar à espera do momento certo para atingir a redonda da maneira certa. Oportunismo e classe.
Não ousei deixar de observar a bela apresentação da Costa do Marfim, que merecia, no mínimo, igualdade no placar.
Observei a imprensa mundial secando, mesmo que sem querer, os suecos, que fizeram uma das melhores campanhas nas eliminatórias européias, mas não puderam superar o menor país da Copa, estreante e sem pretensões. Antes do jogo, escutei, de vários jornalistas, de vários meios de comunicação, que a Suécia não estreava bem em Copas do Mundo. Dito e feito.
Nem queria ter observado o embate entre ingleses e paraguaios. Desaprendi um pouco de futebol durante o jogo. Faltou Rooney? Talvez tenha faltado Arce. Duas cobranças de falta do ex-lateral do outro lado da ponte da amizade bastavam para incendiar a partida, mais fria do que a atual primavera alemã.
Observei e confirmei a expectativa de que, em sua segunda Copa do Mundo, o Equador mostraria como cresce o futebol no país. Observei que a Polônia, poucos dias antes desta derrota, batia nossos adversários de terça-feira por um a zero.
E, para terminar no início, observei o jogo feio de abertura ao qual me refiro no início deste texto. Observei, também, que a imprensa desacredita dos anfitriões.
Não desejo cometer o mesmo erro. Hungria e Holanda que o digam.
Fora isso, observei que o treino canarinho de quinta-feira parecia mais cheio do que o jogo de abertura do Mundial. Narrador e comentarista discutindo a roda de bobo assistida por vinte e cinco mil.
Agora, é isso que me preocupa.
Começava o maior evento esportivo do mundo. Os donos da casa abriam a festa com uma apresentação não tão digna de tricampeões com doze jogadores.
E o que me incomodou não foi a vitória marota dos anfitriões, com poucas jogadas criadas. Já acostumado com o jogo de chutes longos e cruzamentos, não me surpreendi.
O que realmente me deixava inquieto eram os lugares vazios no estádio alemão. Era a falta de decoração, a sensação de pouco envolvimento da maior cidade da América do Sul no certame. Era a sensação de perda de magia que parecia nos rondar às vésperas de nossa maior festa nacional.
As coisas mudam, eis um dito apropriado.
Um dia depois, saia eu de mais um dia de labuta em plena Avenida Paulista. O clima havia mudado, fazendo-me suspirar aliviado ao avistar, nas esquinas ventosas do grande corredor que toma parte na principal montanha da cidade, gente verde-amarela respirando, gritando, cornetando, e vibrando Copa do Mundo.
Enfim me sentia no Brasil em junho de 2006, como ansiava há quatro anos.
Corri logo para o telão mais próximo. Jogavam nossos eternos rivais platinos contra os estreantes da Costa do Marfim. Senti-me melhor ainda ao ver Drogba balançar as redes após bela jogada do time de laranja (enfim, os holandeses não são os únicos). Não por estar torcendo contra a Argentina. Mas sim por ver, ao meu lado, um tímido e solitário mexicano (provavelmente saindo do prédio de alguma multinacional não tão multinacional como o torneio em questão), vibrando ao balançar das redes defendidas por Abondanzieri.
Não estava frio, tão pouco calor. Apesar do vento forte, o clima era de Copa.
E nesse tempo morno, indefinido, nesse sol-e-chuva, me vieram as primeiras observações:
Observei Riquelme, que participou dos dois gols argentinos, com destaque para a bola (que devia contar meio gol na artilharia) que deixou Saviola na cara do goleiro adversário.
Observei, também, o salto circense de Crespo, que me pareceu flutuar à espera do momento certo para atingir a redonda da maneira certa. Oportunismo e classe.
Não ousei deixar de observar a bela apresentação da Costa do Marfim, que merecia, no mínimo, igualdade no placar.
Observei a imprensa mundial secando, mesmo que sem querer, os suecos, que fizeram uma das melhores campanhas nas eliminatórias européias, mas não puderam superar o menor país da Copa, estreante e sem pretensões. Antes do jogo, escutei, de vários jornalistas, de vários meios de comunicação, que a Suécia não estreava bem em Copas do Mundo. Dito e feito.
Nem queria ter observado o embate entre ingleses e paraguaios. Desaprendi um pouco de futebol durante o jogo. Faltou Rooney? Talvez tenha faltado Arce. Duas cobranças de falta do ex-lateral do outro lado da ponte da amizade bastavam para incendiar a partida, mais fria do que a atual primavera alemã.
Observei e confirmei a expectativa de que, em sua segunda Copa do Mundo, o Equador mostraria como cresce o futebol no país. Observei que a Polônia, poucos dias antes desta derrota, batia nossos adversários de terça-feira por um a zero.
E, para terminar no início, observei o jogo feio de abertura ao qual me refiro no início deste texto. Observei, também, que a imprensa desacredita dos anfitriões.
Não desejo cometer o mesmo erro. Hungria e Holanda que o digam.
Fora isso, observei que o treino canarinho de quinta-feira parecia mais cheio do que o jogo de abertura do Mundial. Narrador e comentarista discutindo a roda de bobo assistida por vinte e cinco mil.
Agora, é isso que me preocupa.
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