quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Profissão ingrata

Goleiro. Uma das profissões mais ingratas que existem. Quando todos querem o gol, o êxtase, a glória, lá está ele para evitar. Os atacantes vivem de gols, ele vive de evitá-los. Quando a bola toca o barbante e o goleador corre para a galera, lá está o número 1, batido na pequena área, tristonho, sob olhares reprovadores de seus companheiros de time.

Quando faz uma bela atuação, não faz mais do que a sua obrigação. Quando falha é sacrificado. Quantos grandes goleiros não são lembrados por suas falhas? Por mais que tenham sido exímios arqueiros, as falhas, os frangos, os perus, serão sempre lembrados. Oliver Kahn, por exemplo, fez, em 2002, uma excelente Copa do Mundo. Entretanto, falhou na grande final. Será sempre lembrado por isso.

Outro exemplo, bem mais emblemático, é o de Bigode. Um dos melhores goleiros do passado, ele foi castigado por mais de 50 anos, até a sua morte, pela falha na final da Copa de 50.

Recentemente, alguns goleiros passaram para o outro lado. Chilavert, e depois, Rogério Ceni fizeram muitos gols. Puderam, pelo menos por alguns momentos, se livrar da eterna penitência que é apenas evitar gols. Mas eles ainda são exceções à regra.

Apesar dos pesares, ser goleiro (tradicional, não-artilheiro) também tem suas diversões. Nenhum goleiro é goleiro, senão, por livre e espontânea vontade. Só são goleiros porque querem ser goleiros. E se realizam a cada defesa... Uma antecipação, uma “ponte”, uma defesa de penal... São os momentos de glória (e pura alegria) para os goleiros.

Pena que a torcida nunca grite (salvo raras exceções de extrema idolatria) das arquibancadas “Goleirão, goleirão!!!e sim “Frangueiro, frangueiro!!”.

Ô profissão ingrata!

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